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segunda-feira, 11 de julho de 2011

XXXVII Econtro Nacional dos Estudantes de Economia - ENECO RIO 2011

 






O ENCONTRO

O ENECO é o Encontro Nacional dos Estudantes de Economia. Nosso encontro é proposto sempre pela FENECO, ele acontece anualmente em data marcada pela comissão organizadora do evento, que é responsável pela formatação estrutural do evento junto com a FENECO.

O ENECO é um encontro de cunho acadêmico, de tal maneira, quem participa receberá certificado com hora/aula para que possa apresentar em sua faculdade como carga horária da modalidade extensão. Como todo evento acadêmico, no ENECO os congressistas deveram participar das atividades acadêmicas para que obtenham direito ao seu certificado.
Em todas as edições do ENECO existem os espaços de conteúdo acadêmico, cultural e de celebração, este último trata-se exatamente dos shows e apresentações musicais que acontecem diariamente. Estes acontecem no fim de cada dia de programação acadêmica e tem como finalidade a celebração, a socialização e a integração das delegações das várias regiões do Brasil.

PALESTRAS

Nas palestras, mesas temáticas e debates temos a explanação de assuntos dentro dos eixos programáticos, dando aos estudantes a oportunidade de acúmulo político-teórico sobre um assunto que pode (ou não) estar fazendo parte de seu cotidiano em sua IES (Instituição de Ensino Superior), deixando bem firme o posicionamento do apresentador e sua clareza/entendimento sobre a temática. Confira alguns nomes confirmados.

Plínio de Arruda Sampaio Junior
Doutor em Economia Aplicada e professor da UNICAMP.

Antônio Delfim Netto
Doutor e professor da Faculdade de Economia e Administração da USP. Ministro da Fazenda durante o "milagre econômico", também conduziu as pastas da Agricultura e do Planejamento.

Theotônio dos Santos
Mestre em Ciência Política pela UnB, doutor em Economia pela UFMG e professor da UFF. Coordenador da Cátedra e Rede da UNESCO e da UNU sobre economia global e desenvolvimento sustentável . Formulador da Teoria da Dependência e um dos principais expoentes da Teoria do Sistema-Mundo.


Mc Leonardo
Presidente da Associação dos Amigos e Profissionais do Funk (APAFUNK). Ativista na luta para restabelecer o funk como um patrimônio cultural do Rio de Janeiro.

Maria da Conceição Tavares
Formada em Matemática pela Universidade de Lisboa e Economia pela UFRJ. Professora da UNICAMP e UFRJ, também atuou como analista matemática no BNDES, no ministério da Economia durante o governo de Salvador Allende e na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Nildo Ouriques
Doutor em Economia pela Universidade Nacional Autonoma do México (UNAM), professor do Departamento de Economia da UFSC e pesquisador do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA)

Carlos Minc
Doutor em Economia do Desenvolvimento pela Universidade de Paris I-Sorbonne e ex-ministro do Meio Ambiente.


INSCRIÇÕES: www.eneco.com.br
O CULTURAL

A última parte que compõem nosso projeto cultural são as confraternizações, já tradicionais em nosso encontro, que ocorrem todo fim de noite. Trata-se da realização de eventos com apresentação musical e celebração de todos os alunos presentes no encontro. Este espaço de festas noturnas pode ser considerado como um festival de musica, que tem a finalidade máxima de confraternizar e reunir nossos jovens, que durante o dia participam da maratona acadêmica que é participar das palestras, debates e mini-cursos preparados especialmente para eles. Com o propósito de diferenciar a experiência dos alunos com esse espaço de confraternização, as festas serão ornamentadas e nomeadas de acordo com uma temática escolhida para cada noite. A intenção destas temáticas também é a de diversificar e categorizar o estilo musical ou a cultura especifica a ser explorada ou apresentada naquela noite. Não haverá venda de ingressos para todos os dias de festa o único dia confirmado para isso é a sexta-feira, festa que ocorrerá no cirrco voador com uma mega atração surpresa. Confira a Programação:



Dia
Tema
Atração
Local
Domingo
Lual
Móveis Coloniais de Acaju
Banda Mimesis DJs
A confirmar
2ª Feira
Festa Funk
MCs Júnior e Leonardo
Gaiola das Popozudas DJ
A confirmar
3ª Feira
Fantasia
DJs e bandas regionais
A confirmar
4ª Feira
Noite Carioca
Lapa / Super atração
A confirmar
5ª Feira
Samba/Pagode
Típica expressão cultural musical do Rio
A confirmar
6ª Feira
A Lapa é o Rio, a Lapa é o mundo!
DJs tocando todos os ritmos da noite carioca
Circo Voador - Lapa, Rio

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Desindustrialização no Brasil : duas visões de um debate confuso

Desindustrialização: do que se trata?
O termo desindustrialização voltou a ganhar espaço na discussão nacional. Entendida como perda de participação relativa da indústria de transformação no PIB, a desindustrialização pode ser observada desde mesmo antes da abertura comercial do início dos anos 1990 e das políticas macroeconômicas a partir daí adotadas.
Há uma desindustrialização relativa no País, mas quais as possíveis consequências disso? Em primeiro lugar, cabe observar que esse processo não se deu de forma continua. Em diferentes contextos da história recente de nossa economia, observou-se uma retomada da participação da indústria de transformação no PIB. Isso deixa claro que a indústria nacional guardou, e provavelmente ainda guarda, características que a permitiram reerguer-se e recuperar sua capacidade de produção.
Por outro lado, deve-se observar que a indústria de transformação sempre assumiu um papel preponderante no crescimento econômico dos países hoje considerados desenvolvidos e continua desempenhando esse papel nos países emergentes. De fato, constata-se que, em países cuja média das taxas de crescimento anual foi igual ou superior a 5,0% entre 1970 e 2007, há um aumento da participação da indústria de transformação em suas estruturas produtivas. Os destaques ficam por conta das economias asiáticas, sobretudo China e Coreia do Sul.
O que se observa nos mais diferentes países do mundo é a utilização de políticas industriais voltadas para o fortalecimento de cadeias produtivas consideradas estratégicas para o crescimento econômico, ou ainda, políticas que visam dar competitividade à indústria - o seja, vantagem comparativa é algo que se adquire.
E aqui se coloca um ponto fundamental. Ainda que o termo desindustrialização tenha seus sentidos, como vimos acima, sua discussão parece estar jogando uma cortina de fumaça para o processo mais importante que a indústria de transformação está vivendo nos últimos anos: perda de competitividade. Se, por um lado, essa perda de competitividade reflete os ganhos muito modestos de produtividade da indústria nacional nas últimas décadas, bem como os custos de uma infraestrutura inadequada e de uma carga tributária sobre a produção elevada, ela também reflete, por outro lado, a forte valorização do real que se inicia já em 2003. É importante que se discuta a desindustrialização. Mas, cabe reforçar este seu aspecto negativo que se apresenta no Brasil: a já observada eliminação e o possível desmonte de elos estratégicos de diferentes cadeias de produção ameaçados pela concorrência do produto estrangeirodevido, sobretudo, ao câmbio valorizado.


 Rogério César de Souza,  É ECONOMISTA-CHEFE DO IEDI
(OESP, 10/01/2011)
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Nos últimos 25 anos, o Brasil perdeu a capacidade de pensar a sua dinâmica econômica, os seus constrangimentos estruturais e o seu potencial de desenvolvimento. O valioso legado que nos deixaram nossos maiores pensadores econômicos, Celso Furtado e Ignacio Rangel, ficou soterrado.
É certo que, na década de 2000, a economia brasileira voltou a crescer, contando para tanto com as duas desvalorizações cambiais de 1999 e 2002, a baixa dos juros pós-2005, o vigor da economia internacional, a capacidade de alavancar o crédito e a renda dos de baixo e a recuperação do investimento das empresas estatais.
Contudo, não dispomos de uma estratégia de desenvolvimento no longo prazo, capaz de enfrentar os dilemas da competitividade externa e das enormes desigualdades sociais. Parte do problema está na escassa capacidade analítica de nossos economistas de plantão. Apesar de disporem de todos os dados necessários, atiram nos alvos errados.
De um lado, estão os neoliberais clamando pelo eterno ajuste fiscal.
Não custa lembrar que a sua tentativa de instaurar um novo modelo de desenvolvimento revelou-se um rotundo fracasso. Os 50 anos de industrialização puderam mais do que dez anos de pirotecnias pseudomercadistas.
Já a nossa esquerda econômica segue obcecada por dois fantasmas: financeirização e desindustrialização. O primeiro grupo de economistas compra o discurso dos regulacionistas europeus e o aplica sem as devidas mediações ao caso brasileiro. Apesar de captar parcela do que ocorreu nos anos 90, essa vertente se mostra impossibilitada de compreender o governo Lula.
Vê a financeirização aninhada no topo do sistema econômico, mas não percebe vigorosa financeirização por baixo, junto com a incorporação via mercado de trabalho.
O segundo grupo mira apenas no câmbio se apreciando e na indústria de transformação perdendo peso no PIB; por meio de apressada correlação, passa a entoar a ladainha da desindustrialização.
É fato que a política cambial encontra-se fora de prumo e que segmentos da indústria brasileira têm se transformado em meros montadores. Mas será que um país que gera 2,5 milhões de empregos industriais em cinco anos, amplia os investimentos no setor e bate todos os recordes na produção de automóveis se desindustrializa?
O que parece ausente do debate é uma perspectiva histórica sobre o desenvolvimento da indústria brasileira, que sofreu um congelamento nos anos 80 e depois uma forte pressão competitiva nos anos 90, quando uma nova onda tecnológica surfava lá fora.
Essa indústria resistiu e se reconfigurou, inicialmente de maneira defensiva, para dar novo impulso ao crescimento no período presente, com o aval do BNDES, ainda que gerando menos valor no mercado interno e se expandindo nas etapas pouco intensivas em tecnologia das cadeias produtivas.
Se quisermos aproveitar o potencial da indústria e do nosso sistema econômico num cenário global marcado pela ascensão chinesa, precisamos jogar fora os fantasmas do eterno ajuste fiscal, da financeirização e da desindustrialização.
E destrinchar a nova dinâmica de economia historicamente dependente e profundamente heterogênea, que começa a se acomodar a um novo cenário de expansão econômica, não isento de desequilíbrios estruturais expressivos.O debate em torno das políticas de juros, câmbio e fiscal do governo Dilma Rousseff tende a girar em falso se não partirmos desse panorama mais amplo.


ALEXANDRE DE FREITAS BARBOSA, doutor em economia aplicada pela Unicamp, é professor de história econômica do Instituto de Estudos Brasileiros da USP.
(FSP, 10/01/2011)